sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Texto 9 - Repensando a avaliação da aprendizagem

Repensando a avaliação da aprendizagem. In: VEIGA, Ilma P. A. (coord.) Repensando a didática. 21ª ed.Campinas, SP: Papirus, 2004.
 
A seguir a síntese de alguns pontos abordados pela autora no capítulo Repensando a avaliação da aprendizagem:
Kenski faz considerações sobre o ato de avaliar no cotidiano das pessoas, chamando atenção para o fato de como ele está presente em vários momentos da vida humana e como é um processo contínuo. Também afirma que esses julgamentos que fazemos diariamente não são neutros, ou seja, são influenciados por nossa historicidade e vão alterá-la, uma vez que despertam ponderações que vão orientar nosso aprendizado, na medida em que refletimos sobre nosso desempenho (erros e acertos, inclusive). Os julgamentos ou avaliações que fazemos são baseados em critérios que sofrem influência de condicionamentos sociais, políticos, econômicos, culturais e o contexto em que cada situação ocorre.
Para quem é avaliado, seja aluno ou professor, é importante tomar conhecimento sobre qual processo de avaliação foi submetido, quais os critérios e as condições considerados por seus avaliadores. O que é certo ou não, o que o aluno sabe sobe determinado assunto, é avaliado com base na ótica, na opinião e no posicionamento do docente. E nem sempre esse posicionamento fica muito claro para quem está sendo avaliado.
O processo da avaliação da aprendizagem dos alunos não corresponde somente ao desempenho do aluno em uma determinada disciplina, mas também articula-se ao projeto pedagógico da escola, e consiste em refletir permanentemente sobre as finalidades e os objetivos dos conteúdos vivenciados no cotidiano das aulas.
Avaliar a aprendizagem dos alunos consiste em uma parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, pois, uma vez que o aluno compreende a multiplicidade de fatores que envolvem a tomada de decisões no processo de avaliação, esse conhecimento pode ser utilizado para reorientar o processo de ensino-aprendizagem, definindo as alterações que são necessárias.
 
 

Comentário

A tarefa de avaliar não é fácil, pois é muito difícil dar conta de todas as variáveis envolvidas no processo, sendo que muitas delas são subjetivas e não ficam muito explícitas. Talvez uma forma de tornar esse processo avaliativo mais eficaz seja definir quais são os objetivos que alunos e professores desejam atingir com as aulas, pois servirão de parâmetro para quais critérios que serão utilizados na avaliação do processo de ensino-aprendizagem. Também é importante que esses critérios fiquem evidentes a quem está sendo avaliado, pois, dessa forma, o resultado da avaliação pode ser utilizado para orientar quais as alterações e adaptações que são necessárias e que vão auxiliar em todo o processo educacional.
Além disso, acredito que é importante que, tanto os alunos quanto os professores, façam, constantemente, um exercício de auto-avaliação para verificar se estão, realmente, obtendo sucesso nos seus objetivos referentes ao processo de ensino-aprendizagem.
O mundo em que vivemos está em constante mudança e é necessário que as formas de avaliação do ensino também acompanhem na mesma velocidade para se adequar a esse novo contexto e às novas exigências educacionais que ele determina.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Texto 7 - Concebendo e planejando projetos

Concebendo e planejando projetos. In: MOURA, Dácio. Trabalhando com projetos: planejamento e gestão de projetos educacionais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.


Primeiramente o autor busca uma definição para a palavra "projeto", em sua etimologia, do latim projectu, "lançado para diante". Fica evidente que o termo pode ser usado com diferentes aplicações conforme o contexto em que é utilizado. Restringindo mais o foco para os projetos educacionais, algumas características são importantes para definí-los:
- São atividades orientadas para realização de objetivos específicos;
- Tem uma duração finita, com um princípio e um fim bem definidos;
- São atividades voltadas para a realização de algo único, exclusivo;
- Os recursos disponíveis são limitados (pessoas, tempo, dinheiro, etc);
- Apresentam dimensões de complexidade e incerteza em sua realização;
- Surgem, em geral, em função de um problema, uma necessidade, um desafio ou uma oportunidade (de uma pessoa ou instituição)
- Enriquecem as experiências vividas;
- Obtém-se novos conhecimentos e habilidades.
O autor diferencia as atividades de rotina das atividades de projeto e afirma que "Todo projeto é um trabalho, mas nem todo trabalho é um projeto."

O projeto educacional é desenvolvido com o propósito específico de construção de conhecimentos e habilidades. Ele tem a finalidade de melhorar so processos educativos, e deve pautar-se no desafio de oferecer um ensino de melhor qualidade. Como já foi dito, os projetos surgem de um problema ou necessidade e buscam obter uma aprendizagem contextualizada e significativa.
Os projetos educacionais são classificados em: Projetos de Intervenção, de Pesquisa, de Desenvolvimento (ou de Produto), de Ensino e de Trabalho.

Comentário


É possível que ocorra uma certa dificuldade para o desenvolvimento de um projeto devido a falta de diferenciação entre vários tipos de projetos que podem ocorrer na área educacional. Assim como também há uma certa dificuldade em identificar as etapas e a estrutura que compõem os diferentes tipos de projeto. Aqui cabe também a distinção entre pesquisa e projeto: "Toda pesquisa é um projeto, contudo nem todo projeto pode ser considerado, necessariamente, uma pesquisa"; considerando-se que projeto é, por definição, algo que tem em vista produzir algo novo. Na tipologia dos projetos há o projeto de pesquisa, entre outros.
Independentemente da tipologia, um projeto deve ter um planejamento prévio. O planejamento deve comportar a definição do problema, a definição da metodologia que será utilizada e a forma de execução do projeto. É necessário delimitar o problema a ser abordado e sua justificativa. A partir da delimitação do assunto/tema podemos construir o objetivo geral, os objetivos específicos, os resultados esperados e a abrangência do projeto.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Texto 5 - Os quatro pilares da educação

DELORS, Jacques. Os quatro pilares da educação. Disponível em: <http//4pilares.net/text-cont/delors-pilares.htm#EC>

Delors apresenta em seu texto os quatro pilares do conhecimento:
- aprender a conhecer: adquirir os instrumentos da compreensão;
- aprender a fazer: para poder agir sobre um meio envolvente;
- aprender a viver juntos: a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas;
- aprender a ser: via essencial que integra as três precedentes.

Na verdade, segundo o autor, esses quatro pilares do conhecimento constituem apenas uma via do saber. Destaca a importância que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação como forma de se enfrentar os novos desafios que se apresentam nesse novo contexto educacional. Pontua a necessidade de que se estabeleça uma nova visão sobre educação, que passe a considerá-la em toda sua plenitude.

Comentário:

Aprender a conhecer: a aprendizagem pode ser vista, simultaneamente, como um meio e uma finalidade da vida humana. Atualmente estamos expostos a uma grande quantidade de informações, e na formação de nossa cultura geral é importante que saibamos filtrar conhecimentos e informações. O conhecimento é importante no exercício da memória, da atenção, da curiosidade e do senso crítico. É importante desenvolver a capacidade de aprender a entender.
Aprender a fazer: aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis. Muitas vezes, encontramos dificuldade de estabelecer uma relação entre a teoria e a prática, quando o desejável seria aprimorar as habilidades para aperfeiçoar na prática o que se aprende na teoria. Ao aprender a fazer os alunos estão, inclusive, sendo preparados para o mercado de trabalho, através da qualificação profissional. O indivíduo que aprende a fazer está melhor preparado para a resolução de problemas cotidianos.
Aprender a viver junto: esse é o pilar que trabalha com o coletivo, o social e a alteridade. Esse é um grande desafio que se apresenta no contexto atual, que para ser atingido devem ser considerados alguns pontos importantes, como o respeito mútuo, a solidariedade e a empatia. Também deve ser considerada a diversidade para combater o preconceito.
Aprender a ser: a educação deve contribuir para o desenvolvimento do ser humano, em vários aspectos, como inteligência, responsabilidade pessoal, entre outros; e preparar as pessoas para elaborar pensamentos autônomos e desenvolver seu senso crítico. O desenvolvimento pessoal, com indivíduos com imaginação e criatividade também vai promover uma melhor oportunidade de progresso para as sociedades. Além disso, o crescimento pessoal é um processo constante de auto-conhecimento para se abrir, em seguida, às relações com os outros.

Texto 4 - A prática educativa

Esquema

Prática educativa - melhorar profissionalmente mediante o conhecimento e a experiência - análise de nossa prática e do contraste com outras práticas.
Atuação profissional - pensamento prático - capacidade reflexiva.
Argumentos que fundamentam decisões - critérios - avaliação racional e fundamentada - complexidade das variáveis - processos educativos.
Elliot (1993): compreensão precedendo decisão na estratégia docente e estratégia de mudança precedendo o desenvolvimento da compreensão.
Prática educativa - estrutura: parâmetros institucionais, organizativos, tradições metodológicas, possibilidades reais dos professores, dos meios e condições físicas existentes, etc.
Contexto educacional - intervenção pedagógica - planejamento, avaliação dos processos educacionais e aplicação.
Intervenção pedagógica - aula como microssistema - determinados espaços, organização social, certas relações interativas, uma forma de distribuir o tempo, um determinado uso dos recursos didáticos, etc.
Variáveis metodológicas - sequências didáticas - conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para realização de certos objetivos educacionais.
Intervenção pedagógica - tomada de decisões: a fonte sociológica ou sócio-antropológica, a fonte epistemológica, a fonte didática e a fonte psicológica.
Joyce e Weil (1985): sintaxe, sistema social, princípios de reação e sistema de apoio.
Tann (1990): controle, conteúdos, contexto, objetivo/categoria, processos, apresentação/audiência e registros.
Hans Aebli (1988): o meio do ensino/aprendizagem entre os alunos e professor e matéria: narrar e referir, mostrar e imitar ou reproduzir, a observação comum dos objetos ou imagens, ler e escrever; a dimensão dos conteúdos de aprendizagem, onde distingue entre esquemas de ação, operações e conceitos; e a dimensão das funções no processo de aprendizagem: a construção através da solução de problemas, a elaboração, o exercício/repetição e a aplicação.
Avaliação: sequências didáticas - o papel dos professores e dos alunos - organização social da aula - a utilização dos espaços e do tempo - a maneira de organizar os conteúdos - o uso dos materiais curriculares e outros recursos didáticos - o sentido e o papel da avaliação.

Acima está o esquema utilizado para a construção do mapa conceitual sobre o texto 4, que está disponível em link

Comentário:
Antoni Zabala apresenta as diversas variáveis envolvidas na prática educativa de forma esquematizada e analítica. Esse quadro geral exposto no esquema expõe uma concepção global sobre o processos educativos e ajuda a avaliar as atividades envolvidas no processo de ensino-aprendizagem, assim como a pertinência de cada uma delas. No entanto, como ele mesmo afirma no texto (e isso se aplica às divisões e classificações que faz em seu próprio texto), essa intenção analítica acaba sendo de alguma maneira compartimentadora e, dessa forma, podem se perder relações cruciais e se perder o sentido integral desejável para uma intervenção pedagógica.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Profissão professor ou adeus professor, adeus professora?

Libâneo apresenta alguns questionamentos e observações acerca do atual contexto que envolve a profissão de professor. O autor faz referência às novas exigências educacionais que demandam modificações na formação dos professores, de forma que esses sejam capazes de ajustar sua didática às novas realidades da sociedade, do conhecimento, do aluno e dos meios de comunicação. A partir daí destaca alguns pontos a serem considerados sobre as novas atitudes docentes diante das realidades do mundo contemporâneo.
1) Assumir o ensino como mediação: aprendizagem ativa do aluno com a ajuda pedagógica do professor.
2) Modificar a ideia de uma escola e de uma prática pluridisciplinares para uma escola e uma prática interdisciplinares.
3) Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender a aprender.
4) Persistir no empenho de auxiliar os alunos a buscarem um perspectiva crítica dos conteúdos, a se habituarem a apreender as enfocadas nos conteúdos escolares crítico-reflexiva.
5) Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicacional e desenvolver capacidade comunicativa.
6) Reconhecer o impacto das novas tecnologias da comunicação e informação na sala de aula.
7) Atender à diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da escola e da sala de aula.
8) Investir na atualização científica, técnica e cultural, como ingredientes do processo de formação continuada.
9) Integrar no exercício da docência a dimensão afetiva.
10) Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, a si próprios.
Essas são as novas atitudes docentes para um professor que busca, constantemente, adquirir uma sólida cultura geral, aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional e dos meios de informação, habilidade de articular as aulas com as mídias e multimídias, entre outros.
Comentário:
Atualmente o mundo passa por um período de grandes transformações, e a educação, por ser a base de nossa sociedade, sobre os efeitos dessas mudanças de forma acentuada. O professor, enquanto profissional, deve atualizar seus conhecimentos e sua metodologia de ensino para encontrar seu lugar em uma sociedade moderna e fortemente influenciada pelos meios de comunicação. Entretanto, as mudanças e o aprimoramento não são necessários apenas para a classe profissional dos professores, mas para a educação de forma geral. Também é necessário que se desenvolvam políticas globais para a educação, um maior envolvimento do governo nessas questões, maiores investimentos na formação e remuneração dos professores e uma maior valorização da profissão de professor, diante da importância que ela representa na formação da sociedade.

Texto 2 - Tendências pedagógicas na prática escolar

Cipriano Luckesi apresenta algumas concepções pedagógicas com a caracterização das tendências liberal e progressista. O autor lembra que o termo liberal não tem o sentido de "avançado", "democrático", "aberto", como costuma ser usado - mas sim como uma manifestação própria do sistema capitalista (predominância da liberdade e dos interesses individuais da sociedade e organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção). A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Embora difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições. Historicamente, a educação liberal iniciou-se com a pedagogia tradicional e evoluiu para a pedagogia renovada, sendo que ambas conviveram e ainda convivem na prática escolar. 
tendência liberal tradicional - tendência em que o aluno é educado para desenvolver sua aptidões individuais e os conteúdos. Os procedimentos didáticos e a relação professor-aluno não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno nem com as realidades sociais. Predomina a autoridade do professor.
A tendência liberal renovada - valoriza a auto-educação (o aluno como sujeito do conhecimento), a experiência direta sobre o meio pela atividade; um ensino centrado no aluno e no grupo. Apresenta-se em duas versões distintas:
A tendência liberal renovada progressista - a finalidade da escola é adequar as necessidades individuais ao meio social através do método de ensino de "aprender fazendo", que valoriza o processo de aquisição do saber, sendo o papel do professor auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo da criança. O aprender se torna uma atividade de descoberta, de auto-aprendizagem. Entretanto, sua aplicação é reduzida.
A tendência liberal renovada não-diretiva -  nessa tendência acentua-se o papel da escola na formação de atitutes e os conteúdos são focados nos processos de desenvolvimento das relações e da comunicação. A educação é centrada no aluno e o professor tem papel de "facilitador", ajudando o aluno a se organizar. A motivação resulta do desejo de adequação pessoal na busca da auto-realização.
A tendência liberal tecnicista - seu interesse imediato é o de produzir indivíduos "competentes" para o mercado de trabalho. Os conteúdos são as informações, princípios científicos, leis etc., estabelecidos e ordenados numa sequencia lógica por especialistas. O papel do professor é obter o comportamento adequado pelo controle do ensino, baseado em uma tecnologia educacional e de um processo de condicionamento.
A tendência progressista libertadora - sua marca é a atuação "não-formal". Os conteúdos de ensino são denominados "temas geradores" e são extraídos da problematização da prática de vida dos educandos. É feita uma contextualização como método de ensino e adota-se como passos de aprendizagem a codificação-decodificação e a problematização da situação. O relacionamento professor-aluno é horizontal, onde educador e educandos se posicionam como sujeitos do ato de conhecimento.
A tendência progressista libertária - focada na auto-gestão e com a ideia básica de introduzir modificações institucionais iniciando-se nos níveis subalternos para futuramente atingir todo o sistema. O método de ensino é indutivo e voltado para a vivência grupal. O professor é um orientador e um catalizador, ele se mistura ao grupo para uma reflexão em comum. Há ênfase na aprendizagem informal, via grupo.
A tendência progressista "crítico social dos conteúdos" - a tarefa primordial da escola é a difusão de conteúdos. Há uma apropriação do conhecimento por meio da aquisição de conteúdos e da socialização. Os conteúdos de ensino são os conteúdos culturais universais e há possibilidade de uma contextualização direcionada para a reavaliação crítica frente a esses conteúdos.

Comentário:
As tendências são apresentadas no texto de forma bastante esquematizada para permitir uma diferenciação didática. Entretanto, na vida prática, a diferenciação não é tão evidente porque, muitas vezes, elas convivem lado a lado ou mesmo se complementam. Cabe ao educador, diante das possibilidades que se apresentam em seu cotidiano de exercício da docência, escolher qual a tendência mais apropriada para ser incorporada ao processo de ensino-aprendizagem.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Texto 1 - A nova lógica do ensino na sociedade da informação

No texto, Vani Kenski argumenta sobre a velocidade das alterações no campo das ciências, sobretudo no acesso e uso das tecnologias de informação e comunicação, e como elas repercutem na sociedade. Atualmente, os avanços tecnológicos tem possibitado múltiplas possibilidades de comunicação e, consequentemente, causado mudanças radicais no ambiente educacional e uma redefinição da figura do professor. Segundo Kenski:

"Um novo tempo, um novo espaço e outras maneiras de pensar e fazer educação são exigidos na sociedade da informação."

Nesse novo contexto, é necessário a adoção de novas formas de gestão nas organizações educacionais, com alterações sugeridas pelo autor como: apropriação dos novos espaços e tempos educacionais, adoção de novos currículos, flexibilização das estruturas de ensino, interdisciplinaridade dos conteúdos, desenvolvimento de pesquisas, intercâmbios e convênios interinstitucionais, relacionamento com o sistema produtivo e com os organismos governamentais e com as demais esferas sociais e com a comunidade de forma geral.



Comentários:

A globalização e os avanços tecnológicos nos últimos anos causaram grandes modificações nas formas de comunicação entre as pessoas, com maior velocidade de acesso à informação e maior abrangência da mesma. Na educação, essas modificações refletiram nas metodologias pedagógicas, com a criação de novas mídias para o auxílio no processo de ensino-aprendizagem e, inclusive, mudanças nas modalidades de ensino, como a EAD (educação à distância), com cursos e disciplinas oferecidos em rede, à distância ou semipresenciais.
Contudo, apesar dos evidentes méritos desse tipo de inovação, cabem alguns questionamentos sobre até que ponto essas mudanças são benéficas para o ensino: 
A EAD é uma alternativa satisfatória para o ensino presencial? Em que contextos e para que tipo de alunos?
Será que as inovações tecnológicas representam mesmo um espaço de inclusão na educação, ou em alguns casos seria de exclusão?
Uma educação focada no aspecto de "ambiente virtual" não corre o risco de ser demasiadamente superficial, com muita informação e pouca assimilação de conhecimentos?
Esse tipo de educação não corre o risco de criar um processo de massificação da educação, com produção de alunos em série como se fossem mercadorias?
Enfim, essas são apenas algumas questões que podem ser levantadas sobre esse assunto relativamente novo e ainda em processo de transformação.
Minha opinião pessoal é que, se usada com bom senso, a tecnologia pode ajudar muito no desenvolvimento e democratização da educação de forma geral e nas atividades de docência.